Quero ser mais como uma criança...
Hoje estava entusiasmada porque íamos sair da missão e fazer visita às comunidades. Estava desejosa por fazer isto, ver a realidade destas pessoas.
Ao longo das nossas vidas, ouvimos falar muito de África. Ouvimos falar das dificuldades que passam, ouvimos falar do nível de pobreza em que vivem, vemos fotos destas duras realidades.
Eu, muito devido ao colégio La Salle e com este à SOPRO, pensei que estava preparada para tudo. Sempre falamos sobre estes temas, sempre me incentivaram a estar atenta às realidades do mundo. Pensei que tinha bagagem suficiente para lidar com todas estas situações extremas.
Apercebo-me agora do quão errada estava...
Ao chegar à casa da idosa que íamos visitar, notamos que algo não estava bem. Estava muita gente reunida naquele local, com caras tristes. Falavam uns com os outros no seu dialeto. Eu não entendia o que diziam mas percebia que se passava alguma coisa. E o meu coração ficou pequenino quando percebi o que tinha acontecido: tinham pegado fogo à "casa" da idosa. Esta senhora, cega, que já tão pouco tinha ficou, de um momento para o outro, sem nada! A sua modesta cabana, com todos os seus pertences tinha ardido. Desapareceu!
A idosa estava caída no chão. Não falava, nao gritava, apenas estava caída, sem forças para se levantar. Chorava. Chorava.
Mais chocante ainda quando descubro que pegar fogo à casa de idosos é comum nesta região e que o objetivo é matá-los, porque vêem os idosos como fonte de doenças e azar, como ocupadores de espaço, como consumidores de recursos, como fonte de gastos sem lucro.
Esta senhora ficou sem nada e eu não consigo expressar o que senti naquele momento. Uma sensação de impotência, uma revolta e sentido de injustiça... Um vazio tão grande.
Depois de falarmos com o chefe da comunidade e combinarmos como podíamos ajudar, entramos numa realidade conpletamente diferente. Fomos visitar a Escola da paz. E quando eu digo escola falo de um espaço sem paredes, só com uma cobertura e bancos feitos de troncos de árvore onde estes meninos e meninas vão tentar aprender algo.
Quando lá chegamos as crianças estavam todas a fazer uma dança de receção. Uma alegria imensa! Crianças com tanto para dar, com um futuro pela frente.
Levamos balões para elas brincarem, fizemos jogos. Elas sorriam e eu também.
Elas conseguiram tirar-me um pouco daquela tristeza com que saí da casa da idosa e proporcionaram-me momentos magníficos.
Saí dali a pensar como é que o ser humano consegue fazer tantas atrocidades quando é adulto. As crianças não têm maldade! Abrem-se ao outro, são humildes! E já todos fomos crianças um dia. Como nos tornamos estes seres cheios de egoísmo, de inveja e de vaidade?
Hoje decidi que quero, a cada dia, tentar mais e mais ser como uma criança! Olhar o outro como um irmão e não como uma ameaça, partilhar o que é meu, estar disponível, oferecer o meu sorriso a todos.
Se todos formos mais como as crianças o Mundo pode crescer!
Ao longo das nossas vidas, ouvimos falar muito de África. Ouvimos falar das dificuldades que passam, ouvimos falar do nível de pobreza em que vivem, vemos fotos destas duras realidades.
Eu, muito devido ao colégio La Salle e com este à SOPRO, pensei que estava preparada para tudo. Sempre falamos sobre estes temas, sempre me incentivaram a estar atenta às realidades do mundo. Pensei que tinha bagagem suficiente para lidar com todas estas situações extremas.
Apercebo-me agora do quão errada estava...
Ao chegar à casa da idosa que íamos visitar, notamos que algo não estava bem. Estava muita gente reunida naquele local, com caras tristes. Falavam uns com os outros no seu dialeto. Eu não entendia o que diziam mas percebia que se passava alguma coisa. E o meu coração ficou pequenino quando percebi o que tinha acontecido: tinham pegado fogo à "casa" da idosa. Esta senhora, cega, que já tão pouco tinha ficou, de um momento para o outro, sem nada! A sua modesta cabana, com todos os seus pertences tinha ardido. Desapareceu!
A idosa estava caída no chão. Não falava, nao gritava, apenas estava caída, sem forças para se levantar. Chorava. Chorava.
Mais chocante ainda quando descubro que pegar fogo à casa de idosos é comum nesta região e que o objetivo é matá-los, porque vêem os idosos como fonte de doenças e azar, como ocupadores de espaço, como consumidores de recursos, como fonte de gastos sem lucro.
Esta senhora ficou sem nada e eu não consigo expressar o que senti naquele momento. Uma sensação de impotência, uma revolta e sentido de injustiça... Um vazio tão grande.
Depois de falarmos com o chefe da comunidade e combinarmos como podíamos ajudar, entramos numa realidade conpletamente diferente. Fomos visitar a Escola da paz. E quando eu digo escola falo de um espaço sem paredes, só com uma cobertura e bancos feitos de troncos de árvore onde estes meninos e meninas vão tentar aprender algo.
Quando lá chegamos as crianças estavam todas a fazer uma dança de receção. Uma alegria imensa! Crianças com tanto para dar, com um futuro pela frente.
Levamos balões para elas brincarem, fizemos jogos. Elas sorriam e eu também.
Elas conseguiram tirar-me um pouco daquela tristeza com que saí da casa da idosa e proporcionaram-me momentos magníficos.
Saí dali a pensar como é que o ser humano consegue fazer tantas atrocidades quando é adulto. As crianças não têm maldade! Abrem-se ao outro, são humildes! E já todos fomos crianças um dia. Como nos tornamos estes seres cheios de egoísmo, de inveja e de vaidade?
Hoje decidi que quero, a cada dia, tentar mais e mais ser como uma criança! Olhar o outro como um irmão e não como uma ameaça, partilhar o que é meu, estar disponível, oferecer o meu sorriso a todos.
Se todos formos mais como as crianças o Mundo pode crescer!
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