Realidade que emociona
Hoje chorei pela primeira vez desde que cheguei a Moçambique. E não foi de saudades (desculpa Ritinha, tenho muitas saudades mas ainda não foi desta).
Chorei porque tive o primeiro contato com o hospital e com os doentes de Mangunde.
Chorei porque tive o primeiro contato com o hospital e com os doentes de Mangunde.
Chorei porque vi as condições com que estes profissionais de saúde têm de trabalhar.
Chorei porque vi os doentes em sofrimento.
Chorei por aqui não ser possível fazer um simples tira-teste de urina, algo que já vi ser feito apenas para tranquilar pais de crianças na urgência de pediatria no São João.
Chorei porque estive a ver drenagem de um abcesso decorrente de uma otite supurativa num menino de 2 anos. Uma otite! Algo que já todos tivemos pelo menos uma vez na vida, uma das infeções mais comuns nas nossas crianças e facilmente tratada com um simples antibiótico. Tinha uma evolução tão extrema que o menino tinha a orelha completamente dismórfica, chorava e gritava. Agarrava-se à sua mãe contorcido com dores.
Chorei porque vi uma rapariga que viveu toda a sua vida com HIV. Tinha 14 anos mas fisicamente parecia uma menina de 7anos. E veio sozinha da sua terra ao hospital para a consulta, porque a mãe, também com HIV, estava doente demais para fazer a viagem.
Chorei porque antes de ver tudo isto, no meu egoísmo, olhava os cartazes que diziam " se tem tosse não espere, bata à porta do consultório. A tuberculose tem cura" e me preocupava com com o fato de não estar protegida. Pus-me a rever mentalmente todas as medicações necessárias, todas as medidas que deviam ser adotadas.
Confrontada com esta dura realidade, dei por mim com as lágrimas a cair pela minha face e a pedir a Deus por todas estas pessoas. Muda o espaço geográfico, não muda o coração. São seres humanos, como eu, como tu! Que precisam de muitos cuidados num sítio onde o paracetamol cura quase tudo.
Ajuda-os Pai!
Chorei porque vi os doentes em sofrimento.
Chorei por aqui não ser possível fazer um simples tira-teste de urina, algo que já vi ser feito apenas para tranquilar pais de crianças na urgência de pediatria no São João.
Chorei porque estive a ver drenagem de um abcesso decorrente de uma otite supurativa num menino de 2 anos. Uma otite! Algo que já todos tivemos pelo menos uma vez na vida, uma das infeções mais comuns nas nossas crianças e facilmente tratada com um simples antibiótico. Tinha uma evolução tão extrema que o menino tinha a orelha completamente dismórfica, chorava e gritava. Agarrava-se à sua mãe contorcido com dores.
Chorei porque vi uma rapariga que viveu toda a sua vida com HIV. Tinha 14 anos mas fisicamente parecia uma menina de 7anos. E veio sozinha da sua terra ao hospital para a consulta, porque a mãe, também com HIV, estava doente demais para fazer a viagem.
Chorei porque antes de ver tudo isto, no meu egoísmo, olhava os cartazes que diziam " se tem tosse não espere, bata à porta do consultório. A tuberculose tem cura" e me preocupava com com o fato de não estar protegida. Pus-me a rever mentalmente todas as medicações necessárias, todas as medidas que deviam ser adotadas.
Confrontada com esta dura realidade, dei por mim com as lágrimas a cair pela minha face e a pedir a Deus por todas estas pessoas. Muda o espaço geográfico, não muda o coração. São seres humanos, como eu, como tu! Que precisam de muitos cuidados num sítio onde o paracetamol cura quase tudo.
Ajuda-os Pai!
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